quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Quem sou eu?

Quem sou eu? Eis a pergunta... Já estou acostumado com este questionamento e nem sempre tenho a resposta. E, mais uma vez, não tenho pretensões de respondê-la. Sou uma incógnita, mas com ideais e projetos bem definidos.

Não me canso de buscar explicações e definições para esta questão. Tudo é complexo demais para tentativas filosóficas de explicar. Talvez, não consiga responder este questionamento por ser, a “metamorfose ambulante” de Raul Seixas, e, por este motivo, não consiga me definir devido aos metamorfoseamentos que passo.

Metamorfoseamentos? Neologismo a parte, mas, quem nunca muda de opinião? Quem não se adapta a novos desafios, novos conhecimentos, novas experiências e não muda com os novos rumos a que somos conduzidos, quase que por uma irônica trajetória do destino.

Talvez, essa seja a minha história. Apesar das dúvidas e incertezas que teimam em me consumir fazendo de mim um laboratório de diferentes experiências.
Ainda quando criança brincava com o meu irmão e meus primos de “fazer jornal”. Uma câmera e uns óculos “fundo de garrafa” era o que imaginava do ‘fabuloso’ mundo jornalístico. Nem idealizava o que o futuro poderia tirar das mangas, como num momento de mágica, e presentear-me. Aliás, o futuro é mais uma das incógnitas do meu existir. Mas isso eu ainda explicarei.

O pequeno garoto que brincava de ser jornalista no interior de São Paulo, agora estava em uma grande cidade. Mais oportunidades, mais chances, mais desafios.

Londrina, ou pequena Londres, etimologicamente seu nome é auto-explicativo quando tratamos de sua história: Colonização inglesa. Mas não foram os ingleses que me ajudaram a chegar até aqui, não.
Como dizem por aí, “nem se nascer mil vezes encontrarei pais como estes”.
Como muitos brasileiros, também, somos sonhadores. Ah, e isso é importante: não desistimos nunca. Saímos do interior para buscar uma melhor oportunidade de vida na cidade grande. E como ela parecia grande quando chegamos aqui.

Estudar em uma boa escola foi somente um das centenas de desafios que se seguiram e, olha que isso não é nenhuma hipérbole, não. Fazia caminhadas de 8km para chegar na escola e dizia aos amigos que fazia isso por esporte. “Eu gosto de andar. Oxigena o cérebro e ajuda no raciocínio”, explicava aos colegas.

Na verdade, as dificuldades econômicas sempre se postaram como obstáculos na minha vida, mas, nunca passíveis de serem superadas.

E o jornalismo? Por ter um cérebro altamente oxigenado, consegui boas notas no Enem e no vestibular da Universidade Estadual de Londrina e, assim, comecei uma nova fase da minha vida.
A criança que brincava de ser jornalista já não existia mais. Ela cedeu lugar aos sonhos de um adolescente. Amarrados por uma corda ao pé da cama, para não voar muito longe e se divagarem nas dificuldades da vida que, aliás, eu as conheço bem.

A nota do Enem me rendeu estudar Jornalismo em uma Universidade privada e, a nota do vestibular, História – com letra maiúscula - na universidade pública. História e jornalismo. Quem diria?!
O pobre garoto e garoto pobre, que saiu do interior de São Paulo, com seus pais é claro, e que chegou à cidade grande. Andou, andou e andou até que chegou à universidade e agora estudava História e Jornalismo.

Contar, escrever e encantar. Influenciar, persuadir e mudar.

Esses dois campos do conhecimento nos fazem críticos. As possibilidades de estudos, junções e conjunções da dupla são imensas. Por ser um amante de história, decidi fazer jornalismo. Assim, também posso escrever a história, ativamente.

Eu já estava me esquecendo do futuro! Serei um grande jornalista, por escrever Histórias, obviamente e, quem sabe, um grande historiador, por escrever notícias, isso já não é tão óbvio. Mas como sou a dúvida em pessoa, o futuro continua sendo uma incógnita.

E assim é a vida. Aliás, que graça teria se nós, jornalistas, soubéssemos tudo que está por vir? É por isso que amo essa profissão. Vivemos das dúvidas e, principalmente, de momentos. Essa é a melhor definição de mim.