terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Venda de trabalhos pela internet atrai estudantes

Falta de tempo para pesquisa, insegurança ou falta de interesse do estudante: fatores que podem levar à compra de uma monografia de um trabalho de conclusão de curso.


Por Geofrei Dias

Qual o valor de uma monografia de conclusão de curso? Pela internet ela é comercializada por apenas 500 reais, sem que o estudante tenha nenhum esforço de realizar a pesquisa. O prazo de entrega varia de 15 a 30 dias.

O mercado da compra de trabalhos ganha popularidade na internet, usufruindo da abrangência do meio na disseminação de informações. Um dos maiores sites de relacionamento do Brasil, o Orkut, é uma das ferramentas mais utilizadas pelas pessoas que oferecem este tipo de serviço.

Os anúncios estão por todos os lugares, principalmente, nas comunidades relacionadas a Universidades, publico alvo deste tipo de serviço. As anunciantes prometem fazer desde monografias e artigos, até teses de doutorado. A comunidade da Universidade Estadual de Londrina (UEL) no Orkut, com mais de 15 mil integrantes, possui inúmeros anúncios oferecendo este tipo de serviço. A jovem P. M. produz artigos, monografias, trabalhos de conclusão de curso (TCC) e dissertações de mestrado há 10 anos e garante exclusividade na elaboração do texto, acompanhando inclusive as observações do orientador.

“O trabalho é elaborado com exclusividade, qualquer material usado estará na bibliografia, pois fazemos estudos, resenhas”, comenta a ‘pesquisadora’. “Se precisar mudar o texto, principalmente por causa do acompanhamento de um orientador, será tudo feito de acordo com a necessidade de cada um e com exclusividade, nada de plágio”.

O serviço completo – O projeto do TCC e a monografia - é comercializada por 500 reais. O pagamento é todo feito por depósito bancário, sendo que, “Patrícia” (nome fictício) exige que 50% seja pago no momento em que o serviço é contratado e o restante na conclusão do trabalho.

“Algumas pessoas gastam mais do que se pedisse pra fazer, pois tem que pagar pra corrigir linguagem, pra formatar nas normas e assim por diante”, esclarece. “Eu já passo pronto, com a correção e a formatação. Ainda existe a possibilidade de participar, opinar, incluir, excluir o que quiser no decorrer do trabalho e sempre levar para o orientador. A opinião do orientador é a base de tudo, o mais importante do trabalho”.

M.C., professora da educação básica, pós-graduada, afirma que comprava freqüentemente trabalhos exigidos no curso de especialização de uma faculdade de Londrina. Segundo ela, a falta de tempo para fazer os trabalhos era o fator determinante para esse tipo de ação.

“Trabalhávamos o dia inteiro e não tínhamos tempo para fazer os trabalhos exigidos pelo curso. Muitas vezes recorremos a uma ajuda extra para conseguir entregar os trabalhos”, afirma a professora. “Não fui a única a fazer isso, inúmeras pessoas recorriam a este artifício para conseguir concluir a pós-graduação”.

O professor Jozimar Paes de Almeida, doutor em História, acompanha os trabalhos de conclusão de curso dos alunos da graduação há 18 anos e se espantou com as declarações da pesquisadora. “A compra de um TCC compromete a qualidade da formação do aluno que será um profissional no mercado”, alerta o professor.

Segundo o professor, a monografia é um passo importante na graduação ao passo que, por meio dela, o aluno demonstra frente a uma banca, que percorreu vários passos necessários para se tornar um profissional com condições de trabalhar no mercado e na sociedade.

“Se a compra do trabalho for descoberta no decorrer do processo de defesa, ou até mesmo posterior, e existir provas que possam evidentemente comprovam essa circunstância, o aluno pode até perder o titulo além de ser submetida a um processo”, alerta o professor.

Para evitar que trabalhos comprados passem pelas bancas de avaliação, o professor Jozimar explica que algumas técnicas podem ser utilizadas pelos professores. Segundo ele, as provas escritas e trabalhos em sala de aula podem ser uma pista para a descoberta de fraudes.

“Com as provas escritas ou trabalhos você tem com a possibilidade de compreender como o seu aluno argumenta e que estratégias ele utiliza para resolver os problemas de uma monografia”, explica o professor. “A forma como ele escreve seu texto em sala de aula pode ser uma pista para descobrir uma possível fraude”.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

domingo, 26 de outubro de 2008

Indignação. Revolta. Vergonha. Poderia me sentir diferente?


O resultado das eleições em Londrina é uma mostra de algo maior que, infelizmente, faz parte da mentalidade (ou a ausência dela) por parte do brasileiro. Ainda, não consigo assimilar os últimos episódios da política londrinense.

Bom, vamos aos fatos.

168 mil eleitores votaram em Belinati. Fato que me preocupa muito! O resultado das eleições é o espelho de um país pobre culturalmente e intelectualmente (COM TODAS AS LETRAS), além de demonstrar que estamos fadados ao subdesenvolvimento político, econômico, social e intelectual.

O resultado das eleições comprova que precisamos ainda caminhar muito, e muito mesmo, no campo da educação e da cultura. Somente uma população sem educação e sem cultura pode agir dessa forma. Como podemos almejar um desenvolvimento em um lugar onde não existe senso crítico e pessoas elegem um político que já foi cassado por escândalos de corrupção!

Enquanto historiador poderia dizer que a população londrinense é desprovida de memória. Ou então, ela não sabe valorizá-la e aprender com as “surras” tomadas no passado. Pra que serve mesmo o passado se a memória do londrinense falha ao relembrar de fatos acontecidos há 8 anos. Precisamos educar melhor os londrinenses e levá-los novamente a escola para aprender que a história é mais que nomes e datas.

Enquanto jornalista poderia dizer que, talvez, a imprensa não cumpriu o seu papel de informar a população. Os acontecimentos que marcaram a história política de Londrina não surtiram efeito na população. Os fatos não chocaram. O londrinense não se importou com a roubalheira. Ou então, as pessoas não ficaram sabendo do que aconteceu na outra administração do prefeito, que neste momento se elege. Precisamos melhorar a nossa cobertura.

Enquanto brasileiro, o resultado demonstrou que precisamos caminhar muito para que o povo tenha senso critico. Para que ele saiba votar. As propagandas sobre o “voto consciente” não surtiram efeito. Precisamos conscientizar nossos irmãos, vizinhos e amigos para que preste atenção em quem elegemos para ser nosso representante.

Enquanto londrinense sinto vergonha. Nada mais.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Humor erótico para crianças


Já ouviu falar em humor erótico para crianças? Então, ele existe. As piadas são sem graça. São transmitidas em pleno domingo na hora do almoço. E, para piorar, não há escapatória (pelo menos para as pessoas que não podem pagar tv por assinatura). A programação da Tv aberta neste horário não nos fornece boas opções.
É um absurdo, um programa que voltado ao público infantil, transmitido em pleno domingo as 12hs usar expressões, ou piadas como as descritas abaixo.


“Pra gato só falta o rabinho, no bom sentido”
“Aqui eu lavo, cozinho e PINTO” (ouve-se as risadas eletrônicas)


O velho Trapalhão precisa se aposentar.
Obs.: Confira o vídeo acima e tire suas próprias conclusões sobre o programa.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Fim de tarde.

Lago Igapó. Fim de tarde em Londrina. Um convite da natureza aos amantes de Londrina. Foto: Geofrei Dias

domingo, 12 de outubro de 2008

We Believe

Queen+Paul Rodgers
Ano:2008
Composição:Queen+Paul Rodgers

I believe there's no evil out there we didn't have a hand in
You believe it's a time for peace and a time for understanding
Some of us believe that we are chosen
And if God is on our side we'll win the game
And some of us believe that there's a heaven
When the trumpets sound and the judges call your name
But let's get it straight

I believe there's just once chance in this world to hear our brothers
You believe there's a better way to listen to each other
We don't get what the other guy is saying
We hear the words but we don't understand
So around the world the same old anger raging
And we all cry for shame and the same old tragedy goes down

We believe there's a better way to fight
There's a way to make our children safe at night
We believe there's a war we could be winning
But the only way to win it is to give what we need to receive

I believe we need a hero to step boldly from the shadows
You believe there must be someone on the scene that fits the bill
A man or a woman who knows how to say I'm sorry
With courage in his heart to match his creed
A leader who can build a brand new morning
And match the tide of changes
Match the intent with the deed

We believe there's a deed of obligation
To bring reconciliation
To make peace with every nation - in our time
We believe there's not a minute we should be wasting
When the darkness falls it's too late to fix the crime
It's peace that we need

Every father every mother knows the meaning
Human treasure that our leaders do forget
And the bullets fly in the face of common reason
And the pain we give is the legacy in the end we get

We believe there's a song that's worth the singing
It's a song of truth we're bringing
There's a way to share the Earth with everyone
We believe every creature has a being
Has a right to respect and feeling
To live and breathe and flourish in the sun

That's what we believe

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

A volta da Rainha


A rainha inglesa do rock está de volta. É isso mesmo, "ladies and gentlemen". O Queen está de volta aos palcos e, agora, com shows marcados no Brasil. Há 28 anos atrás, o grupo fez um do mais memoráveis shows da história do rock. A apresentação do quarteto levou à cidade do rock, no Rio de Janeiro, aproximadamente 250 mil pessoas, nas duas noites de festival.

O grupo teve uma perca inestimável em 1991, quando o lendário vocalista da banda, Freddie Mercury, faleceu após contrair uma broncopneumonia em decorrência da AIDS. Os fans imaginaram que este seria o fim do grupo. A rainha do rock estaria fadada a fazer parte da lembrança dos fans de todo o mundo.

O show de Tributo a Freddie Mercury, em 1992, era mais uma evidência de que, talvez, eles nunca mais retornariam aos estúdios com o nome Queen. No entanto, 13 anos após o lançamento do último álbum com Freddie Mercury (Made In Heaven, 1995), o grupo retornou aos estúdios arrancando críticas de uns elogios de outros.

O vocalista de agora é o ex-Free e Bad Company, Paul Rodgers, cantor este que arrancava elogios de Mercury. Rodgers, que assumiu a posição que antes fora de Mercury lembra que Freddie Mercury é insubstituível. "A primeira coisa que busquei firmar em minha mente desde que oficializamos o projeto é de que não há substituto para Freddie Mercury. Pensando nisto, não tentei soar como ele, ou fazer qualquer coisa desse tipo. Simplesmente procurei ser eu mesmo", afirmou Rodgers em entrevista ao jornalista Thiago Sarkis.

O baixista nos tempos do grupo, John Deacon, decidiu se aposentar e também desfalcou a nova formação do grupo. O resultado da parceria entre Brian May, Roger Taylor e Paul Rodgers pode ser conferido no álbum que acaba de ser lançado.

Cosmos Rock é o primeiro disco gravado sem a participação de Freddie Mercury. O trabalho já rendeu algumas críticas mas, também, elogios. O futuro do grupo depende dos resultados obtidos por esse novo trabalho que chega agora ao Brasil. É a tentativa de ressuscitar um dos maiores grupos de rock da história, sem o seu principal mito. Com certeza, Mercury apoiaria o trabalho dos companheiros com o novo frontman. É como diz uma das últimas músicas gravadas por Mercury: "The Show Must Go On". (O show deve continuar)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ônus da democracia

"Nem a mais branda das ditaduras é melhor que a pior das democracias", foi o que me disse a jornalista Linda Bulik enquanto conversávamos sobre as eleições municipais de Londrina.

Depois de longos anos na história do Brasil, diante do autoritarismo de um governo militar, o país parece ainda sofrer com as consequências da interrupção do direito ao voto durante o sombrio período de nossa história. Durante muito tempo o voto foi negado sob a alegação da "Lei da Segurança Nacional". Estávamos sobre o julgo do perigo da comunização, principalmente nas grandes cidades, onde foram decretadas eleições indiretas.

Durante a ditadura militar, Londrina se tornou a mais importante cidade paranaense, onde ainda eram realizadas eleições para prefeito e vereadores (Curitiba esteve nesse período sobre intervenção Federal).

Algumas lendas (ainda atuantes) da política londrinense, e até mesmo paranaense, surgiram nesse período. Antônio Casemiro Belinati foi um desses.

O fenômeno Belinati surgiu das camadas populares ainda em 1969, quando se tornou vereador pela primeira vez de Londrina. Em pouco tempo, Belinati (MDB) se tornou deputado, e de forma impressionante, ganhou a eleição municipal de 1976, assumindo pela primeira vez a prefeitura da cidade. Entretanto, depois de mais de 30 anos, qual o segredo para a conquista de tantos votos, mesmo após as inúmeras denuncias de corrupção que consumiram a câmara de vereadores de Londrina?

O ex-prefeito e, agora candidato favorito das massas londrinenses é o "retrato" do que a de pior na história da corrupção em Londrina. São escândalos, processos, denuncias e até uma cassação de mandato de pesa contra o candidato a prefeitura.

Por que Belinati conseguiria angariar tantos votos assim? A história do Brasil nos fornece a resposta.

Somos o país do populismo. Nossos mais emblemáticos líderes (podemos lembrar de Getúlio Vargas) são populistas e, com o Belinati, não seria diferente. O populismo está em seus atos, em seu discurso, em suas ações.

O número de votos angariados pelo político é o resultado de obras faraônicas que levaram prejuízos aos cofres públicos durante os mandatos anteriores. Não é uma questão de menosprezar as obras realizadas pelo ex-prefeito, mas o modo como elas foram relizadas. Uma de suas principais obras, e talvez, a que mais trouxe retorno em votos ao candidato, foi a construção do chamado 5 conjuntos, que acabou com muitas favelas que existiam na cidade e, ao mesmo tempo contraiu onerosas contas e prejuízos aos cofres públicos.

Os prejuízos deixados por Belinati para Londrina e para as outras gestões municipais, não provêm somente das onerosas obras mas, também, dos episódios de corrupção ativa e passiva dos quais participou o ex-prefeito. Me espanta após tantas propagandas que estimulam o voto consciente e reponsável, um ex-prefeito cassado receber absurda quantidade de votos de um povo que diz querer findar as crises de corrupção que assolam o cenário político municipal.

Me espanta o candidato responder tão naturalmente a pergunta de uma jornalista quando questionado se pretende combater a corrupção (aquela mesma pela qual foi cassado).

"Nem a mais branda das ditaduras é melhor que a pior das democracias". Mas, também lembro que democracias podem se transformar em ditaduras quando estamos sujeitos ao despreparo da população em escolher verdadeiros líderes. Somos não mais vítimas do governo, mas da população. A ditadura da democracia.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

"Beautiful Day"


It's a beautiful day
The sun is shining
I feel good
And no-one's gonna stop me now, oh yeah
It's a beautiful day
I fell good, I fell right
And no-one, no-one's gonna stop me now Mama
Sometimes I fell so sad, so sad, so bad
But no-one's gonna stop me now, no-one
It's hopeless - so hopeless to even try
(QUEEN, Made In Heaven 1995)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Tratado da Violência

Queria nesta postagem escrever sobre duas coisas que tenho visto nos noticiários e nos comentários das pessoas nas ruas. Vou me ater hoje somente ao primeiro ponto, outro dia escrevo sobre a segunda questão. São eles:

1.Uma crescente onda (não atual) de protestos e pedidos de paz, principalmente, após os últimos episódios de violência nos quais esteve em 'cheque' o desempenho dos policiais em ações de combate.
2.Em conseqüência do item descrito acima, a questão do nacionalismo do povo brasileiro.

As discussões sobre violência, talvez somente não seja maior que as discussões sobre futebol. Assim como o esporte, a violência também é mote das mais variadas discussões nas ruas e, em todos os lugares, pelas mais diferentes pessoas. Todos falam disso, ela está na 'boca do povo', ainda mais depois dos desastres ocasionados por ações militares.

Mas, o que desejo ressaltar é que, diferente do que as pessoas reivindicam, a paz, acredito que precisamos reivindicar a guerra.

Entendo a paz, na situação em que estamos, como conseqüência da guerra. A situação pela qual passamos, por mais que tentamos olhar diferente, é uma guerra. Não podemos tratar o tráfico de drogas, o PCC, as quadrilhas, os bandidos (sejam os 'normais' ou aqueles que andam de termo) como simplesmente, problemas sociais que 'corrompem a sociedade brasileira'.

A guerra, é claro, não deve começar pelas armas. Essa, diferente das outras guerras, tem que começar pela ideologia dos poderes constituídos. Precisamos de leis que façam valer as incomensuráveis ações da Polícia Federal que esbarram na clemência do poder judiciário diante dos mais variados casos delituosos. Ou então, pela limpeza da corrupção que assola que está presente em nossa política e que ilude as pessoas mais pobres com políticas populistas.

Depois da 'limpeza' em nossas instituições, poderemos pegar em armas e, assim conquistar a paz. Tudo isso é necessário para que, não somente possamos guerrear contra os inimigos da nação, mas que para todo os níveis do poder público funcione, a fim de garantir todos os direitos básicos do cidadão, principalmente, a segurança. Parece um longo caminho, não é mesmo? Mas é impossível, conquistar a paz sem passar por essa guerra.


"Fazemos guerra para obter a paz."
Aristóteles

quinta-feira, 17 de julho de 2008

O trem nos trilhos da história: o problema do Brasil

Tudo começou em 1845, quando Irineu Evangelista de Souza, o barão de Mauá, idealizou a primeira ferrovia do Brasil, que percorria um trajeto de 14,5 km e ligava o Porto Mauá a Raiz da Serra (Baia de Guanabara a Petrópolis). A locomotiva era inglesa, e em homenagem à esposa do Barão, foi batizada de ‘Baroneza’(com Z mesmo).

Seguindo o ideário de Mauá, muitas outras ferrovias foram construídas, muitas delas por empresas britânicas, e tinham como principal objetivo atender às áreas de produtos exportáveis. No entanto, o tempo passou. As ferrovias perderam o valor. E hoje, nosso país olha para a história buscando alternativas para o futuro e, investir em ferrovias pode ser uma boa opção.

As ferrovias se desenvolveram rapidamente. Apenas 30 anos após o pioneirismo do Barão de Mauá, o Brasil já contava com mais de 6 mil quilômetros de ferrovias. Na década de 50, as ferrovias começam à perder o valor. A partir do governo de Juscelino Kubistchek, o modelo ferroviário começou a enfraquecer em detrimento do rodoviário. O processo de industrialização experimentado naquele período necessitava do consumo de combustíveis, auto-peças, veículos e outras coisas que somente um investimento no transporte rodoviário poderia oferecer.

A política de Kubistchek não considerou a viabilidade das ferrovias, ou até mesmo os aspectos culturais, sociais e econômicos que o modelo poderia oferecer. A partir desse momento as ferrovias ficaram esquecidas até os dias de hoje e, os resultados dessa política podem ser sentidos nas grandes cidades e nas rodovias como, por exemplo, os congestionamentos e o aumento nos gastos do poder público para conservar a malha rodoviária.

As características sociais do brasileiro, também, foram influenciadas pela política de Juscelino. Hoje, percebemos uma grande valorização nos transportes individuais, principalmente carros, em detrimento dos coletivos. Fator este que provoca um aumento considerável das emissões de CO2, principal mote da luta em prol das questões ambientais.

Após as declarações alarmantes do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), as questões ambientais ganharam destaque em todo mundo, e todos buscam alternativas para reduzir a emissão de CO2. A utilização dos transportes ferroviários para passageiros e/ou cargas têm suas vantagens quando observadas essas questões, e pode ser uma alternativa para o Brasil.

Segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas) e a EFC (Estrada de Ferro Carajás), ambas da Vale do Rio Doce, consomem juntas 29 milhões de litros de biodiesel ao mês, o que reduz a emissão de 3,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2) na atmosfera por tonelada de biodiesel consumido.

Atualmente, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), o Brasil conta com 29.000 km de malha ferroviária. Em 1958, havia 38.000 km de malha ferroviária. Muitas linhas se perderam com o tempo com a falta de investimentos no setor e na preservação das malhas já existentes. Apesar dos últimos investimentos no setor, em comparação, a Argentina possui mais de 35.000 km de ferrovias e os Estados Unidos mais de 170 mil.

Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF, afirmou que a desestatização de ferrovias melhorou o serviço de cargas, entre 1997 e 2007. Segundo dados da fundação Getulio Vargas, neste período, o transporte em contêineres de produtos aumentou 64 vezes e, o consumo de combustível foi, em média, 17% menor.

O país anseia crescer. Quer exportar. Quer se modernizar. Mas de que adianta quebrar recordes de produção agrícola, ano após ano, e parar na péssima condição das rodovias ou nas imensas filas de caminhões aguardando para descarregar nos portos. De que adianta horas e horas parado em congestionamentos, quando a majoritariamente deveria se incentivar transportes coletivos como maneira de reduzir gastos com conservação de rodovias e, principalmente, reduzir a emissão de gases poluentes. Para crescer, é preciso saber investir, e por enquanto, a malha ferroviária é insuficiente e incompatível com a economia brasileira.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Flagrante da natureza pelas minhas lentes


Fim de tarde no Lago Igapó. Um flagrante da beleza que a natureza nos proporciona.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

O Mundo de olho na Amazônia

Nos últimos anos, o Brasil tem sido alvo de diversos ataques de jornais e de organizações de todo mundo. As críticas recaem, principalmente, sobre a política ambiental brasileira, com ferrenhas acusações de irresponsabilidade e impotência para cuidar da maior floresta tropical do mundo. É indiscutível a importância da Amazônia e toda a sua incomensurável biodiversidade para o futuro do planeta. Entretanto, a ineficiência da política brasileira preocupa a todos: ambientalistas e a sociedade preocupada com o futuro da maior floresta tropical do mundo.

Uma onda de invasão estrangeira, que tem sido noticiada com freqüência nos órgãos de imprensa nacional. As ONGs internacionais em terras amazônicas preocupam o poder público pelo fato de colocar em risco a soberania nacional. São centenas, principalmente americanas e européias instaladas em território amazônico sobre a alegação de trabalharem em prol dos índios e da defesa do meio ambiente.

Um exemplo dessas ONGs é a Coll Earth, com sede em Londres, que é alvo de investigações da Agência Brasileira de Investigação (ABIN). O empresário e fundador da organização, Johan Eliasch, sugeriu em algumas palestras para empresários, realizadas em 2006 e 2007, que comprassem a Amazônia pela bagatela de 50 bilhões de dólares.

Há algumas décadas a Amazônia brasileira é fruto da cobiça de outros países. A título de exemplo, em 1989, o então senador americano Al Gore, depois vice-presidente e ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2007, comentou que 'ao contrário do que pensam os brasileiros a Amazônia não é sua propriedade, mas pertence a todos nós.' No mesmo ano da declaração de Gore, François Mitterrand, presidente da França, declarou que o Brasil deveria aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia. Recentemente, o jornal New York Times publicou uma reportagem intitulada: "Afinal, de quem é esta floresta tropical?".

Não se pasmem. Em tempos em que discussões sobre políticas ambientais são prioridades nos debates internacionais, comentários ou insinuações como essas não serão poucas. Com a divulgação do perigo aquecimento global pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), as pressões sobre a internacionalização da Amazônia, com respaldo na irresponsabilidade brasileira em administrar a floresta, somente tendem a aumentar se o descaso do poder público insistir em manter a política ambiental em segunda ordem no governo.

Apesar de a internacionalização da Amazônia, bem como sua ocupação e administração por instituições estrangeiras, para muitos não passar de apenas uma ameaça, não podemos descartar essa possibilidade. A Amazônia é a maior floresta preservada do mundo, com mais de cinco milhões de km2, onde vivem, aproximadamente, 25% das espécies animais e vegetais da terra. Desta maneira, organismos internacionais, principalmente, da União Européia e dos EUA, também, além do poder econômico, querem o poder político sobre o verde. Objeto de cobiça em tempos de apreensão com o futuro do planeta.

As notícias sobre as mudanças climáticas colocaram em pauta novos valores para as questões ambientais, que passaram a ser vistas, também, pela ótica econômica. Isso explicaria, por exemplo, a preocupação de países como os EUA na preservação do meio ambiente. Essa inquietação é respaldada no princípio de manutenção das altas taxas emissão de CO2 na atmosfera, resultantes dos altos níveis de industrialização de países desenvolvidos.

Ideais como o da internacionalização da floresta amazônica ganham cada vez mais adeptos, influenciados pela impossibilidade do governo federal gerenciar a floresta e, também, pelos alarmantes problemas ambientais anunciados exaustivamente pela imprensa em todo o mundo. E como o governo tem reagido às ameaças internacionais? Indiferente. Às vezes, aparentemente, incomodado. Outras, firme em seu discurso de resposta, porém, pouco ativo em suas políticas.

A resposta às ameaças de internacionalização e a invasão estrangeira à Amazônia deve ser a adoção de políticas mais sérias a questão ambiental. Fazer do meio ambiente prioridade é uma questão de preservar a soberania nacional e respeito à natureza. Isso é um resultado e, não uma política. Somente assim será possível afastar o 'fantasma' da internacionalização da floresta e garantir a preservação da biodiversidade as futuras gerações.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Reflita

"Vivemos num tempo atónito que ao debruçar-se sobre si próprio descobre que os seus pés são um cruzamento de sombras, sombras que vêm do passado que ora pensamos já não sermos, ora pensamos não termos deixado ainda de ser, sombras que vêm do futuro que ora pensamos já sermos, ora pensamos nunca virmos a ser."
(BOAVENTURA DE SOUZA SANTOS)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

A história do cinema em Londrina

Por Geofrei Dias

Para tratar da história em Londrina, é inevitável não lembrarmos dos irmãos Louis e Auguste Lumière. Toda a história de qualquer da cinematografia originou-se, ainda no século XIX, com os irmãos e rapidamente, como dizem por aí, “como um rastilho de pólvora se espalhou pelo mundo”.

É claro que Londrina ainda não existia naqueles tempos, mas não tardou para que assim que os primeiros pioneiros desembarcassem em terras norte-paraenses para que surgisse o primeiro cinema em nossa cidade, antes mesmo da fundação oficial do município, que só viria a acontecer no ano seguinte, em 10 de dezembro de 1934.

Entretanto, um dos mais importantes cines da história de nossa cidade surgiu somente em 1952. Tratava-se do imponente Cine Ouro Verde, também pudera, a cidade de apenas 18 anos de idade recebia uma luxuosa construção regrada a poltronas reclináveis, som e projeção de inigualável qualidade, pisos em mármore, além de moderníssima arquitetura escondida à sete chaves até a inauguração do “palácio” que ofuscava até mesmo outras salas da cidade.

O shopping Com-Tour aparece pela primeira vez na história do cinema de Londrina em 1973. O Studio Com-Tour foi um espaço muito freqüentado pelos londrinenses deslumbrados com o luxo da construção, a arquitetura inovadora e a comodidade de oferecer “fumoir”, nome luxuoso – assim como o cine -, para que os cinéfilos não deixassem de fumar enquanto assistiam aos filmes.

Pelo Com-Tour passaram desde grandes filmes de arte à filmes pornográficos, nos momentos em que o cine agonizava, fortemente ferido pela onda de multiplexes e videocassetes que declaram seu fim em 1991.

Todavia, em 2005 o Com-Tour volta a exibir filmes após uma parceria com a UEL. Batizado como Cine Com-Tour/UEL, atualmente o cine exibe filmes alternativos para um parco número de pessoas. O cinema surgiu para ocupar o espaço deixado pelo Cine Ouro Verde incapacitado de exibir filmes desde 2002.

O Cine Com-Tour/UEL herdou do Ouro Verde o projetor Simple XL da década de 50, considerado um dos melhores do mundo e que, a poucos tempos, deu sinais de esgotamento “deixando na mão” um produtor londrinense que lançava seu curta utilizando-se do espaço do cinema.

Problema resolvido, projetor a todo vapor, o cinema exibe diariamente filmes aos poucos e ‘religiosos’ cinéfilos que comparecem ao cinema para assistir às sessões de filmes alternativos.

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Texto escrito para o jornal laboratório do curso de jornalismo da UNOPAR.

Cine Com-Tour

♪♫ Is there anybody going to listen to my story / All about the girl who came to stay? ♪♫

Por Geofrei Dias

Com um cantar suave declamava ironicamente Jude as poucas pessoas que àquela sessão de filme compareceu. Na tela, “Across The Universe”. Nem as belas letras e as memoráveis canções do quarteto de Liverpool foram capazes de lotar aquele lugar. Será que as pessoas não gostam de um bom filme? Ou será que as novas modinhas fizeram todos esquecer a boa música?

Assim mais uma sessão começa. Ao som nostálgico dos Beatles, e a projeção de inigualável qualidade de uma Simple XL, dos anos 50, que dá um toque mágico ao lugar. Sentimento, somente, que talvez, as poucas pessoas que ocupam aquela imensa sala podem sentir.

Se algum dia, ao andar por aí, e inadvertidamente, encontrar uma lâmpada onde um gênio possa surgir e conceder um desejo, não hesite em pedir um lugar entre os imortais quadros que enfeitam o saguão.

Mozart, Tchaikovski, Beethoven, Johann Sebastian Bach, parecem observar e admirar os poucos que se aventurem em terras tão pouco exploradas pelos londrinenses. Os retratos dos exponenciais músicos anunciam o teor cultural daquele ambiente, fazendo com que todos recordem quão majestosa pode ser a arte.

Heróicos, assim podemos chamar aqueles que conseguem a proeza de reunir mais de que uma dúzia de pessoas em tão grandes metros quadrados que compõem aquele cenário. Para isso somente as canções de Elis Regina, na voz de uma artista local, foram capazes que alcançar tamanha façanha.

Mal sabem todos que lá está um pedaço da história de Londrina. Talvez, os cinéfilos desconheçam o fato de estarem diante do antigo projetor do Cine Teatro Ouro Verde. Aquele mesmo que marcou época, sendo considerado na década de 50, um dos mais luxuosos da América Latina, e que agora cede um pedaço de sua história ao Cine Comtour/UEL.

Neste lugar, não existe luxo, produções Hollywoodianas ou qualquer outro tipo de artifício que chame atenção da grande massa. Todavia, o lugar parece encantar a todos que dele experimentam.

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Texto escrito para o jornal laboratório do curso de jornalismo da UNOPAR.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Guerra dos discursos: meio ambiente X economia

Uma verdadeira ‘guerra fria’ está em curso. Não, não estamos mais diante da guerra ideológica entre o mundo bipolar socialista e capitalista. Essa história já acabou. Entretanto, o século XXI, nos revela uma nova guerra, movimentada pela guerra de discursos a cerca da questão ambiental.

Essa é a ‘bola da vez’. De um lado estão os países desenvolvidos e a sua ganância econômica diante da questão. Do outro lado, estão os países ‘em desenvolvimento’, que brigam por um lugar no hall dos grandes. E, em jogo, a questão do desenvolvimento econômico aliado com as questões ambientais.

No último capítulo dessa batalha, o suíço Jean Ziegler, relator especial das Nações Unidas para o direito à alimentação, afirmou que a produção de biocombustíveis “é hoje em dia um crime contra a humanidade”.

Para termos uma noção exata da dimensão da acusação do suíço, o assassínio de 6 milhões de judeus pelo regime nazista, assim o foi também considerado.

A explicação para tal afirmação é de que a produção de biocombustíveis em terras férteis reduz as áreas de plantio de alimentos contribuindo para o aumento de preços dos mantimentos.

Estamos diante de dois tipos de discursos: o econômico e o ambiental.

Atualmente, o Brasil é o líder de exportação de biocombustíveis com base no etanol do mundo, sendo que este é um mercado que pode crescer ainda mais diante da política do programa brasileiro do etanol.

A preocupação da ONU com os biocombustíveis é respaldada no crescente aumento do preço dos alimentos, fator que pode prejudicar a distribuição de alimentos e, conseqüentemente, aumentar a fome nos países pobres.

É tão bonito a ONU se preocupar com a fome do mundo! Porém, muito se falou no grande potencial de produção de novas fontes energéticas no Brasil, mais limpas, mais baratas, ou seja, ótimas soluções para amenizar o problema ambiental que é (diferente do que a ONU imagina) o grande desafio para os próximos anos.

Estamos diante de uma posição conservadora da Organização das Nações Unidas, diante de uma possibilidade de crescimento econômico de um país relegado ao terceiro mundo.

Isso não passa de uma tentativa de ‘frear’ o crescimento econômico, e o desenvolvimento de um país que aos poucos saí do terceiro mundo (ou melhor, em desenvolvimento) para brigar, também, entre os grandes pela igualdade na política internacional.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Os navios no tempo do descobrimento

22 de abril de 1500. Ao todo foram 44 dias até que a frota de Pedro Álvares Cabral vislumbrasse terra firme. No post de hoje vou fugir do convencional e não vou contar a história do 'descobrimento' do Brasil. A seguir estão trechos do artigo do historiador Paulo Miceli que nos conta um pouco da história da vida nos navios nos tempos do descobrimento.


"O amanhecer no navio, assim como na cidade, podia ser anunciado pelo canto de um galo das capoeiras do capitão, do piloto, do mestre ou do contramestre.
[...]
Quando a viagem transcorria sem incidentes, a comida mal bastva para as necessidades dos embarcados, mas se um longo período de calmaria, a impérícia do piloto ou qualquer outra ocorrência provocassem o alongamento da viagem, a fome atingia o navio de modo implacável.
[...]
(Observe o relato de um viajante que deixava o Brasil em uma viagem de volta à Europa)

"a 12 desse mesmo mês (maio), o nosso artilheiro morreu de fome, depois de ter comido as tripas cruas de seu papagaio, e foi como os outros lançado ao mar. Pouco sentimos sua falta, pois estávamos tão extenuados que daríamos graças a Deus caso fôssemos apresados por qualquer pirata que nos desse de comer. Mas Deus quis afligir-nos durante toda a viagem de regresso e somente um navio foi por nós avistado, mas não nos pudemos aproximar porquantoa nossa fraqueza nos impedia de erguer velas. Nessas alturas, vindo a faltarem as rodelas e até os couros da cobertura dos baús, e tudo mais que no navio podia alimentar-nos, pensamos ter chegado ao termo de nossa viagem. Mas a necessidade que tudo inventa, lembrou a alguns a caça aos ratos e ratazanas que, também mortos de fome por lhe termos tirado tudo que pudesse roer, corriam pelo navio em grande quantidade. (...) Tivemos que cozinhar camundongos na água do mar, com intestinos e tripas, e dava-se a estas vísceras maior apreço do que ordinariamente damos em terra a lombos de carneiro." E Léry (o viajante que nos conta essa história) chegou a acrescentar que os sobreviventes só não praticaram o canibalismo por "temor a Deus, pois mal podíamos falar uns com os outros sem nos agastarmos e o que era pior (perdoe-me Deus) sem nos lançarmos olhares denunciadores de nossa disposição antropofágica.""


Quer mais?


MICELI, Paulo. Dia após dia.... O ponto onde estamos : viagens e viajantes na história da expansão e da conquista (Portugal, séculos XV e XVI). 2ª ed. Campinas : Unicamp, 1997.


Abraços.

domingo, 20 de abril de 2008

O problema da verdade

Que delírio! Por um minuto pensei ter o 'dom' quase divino escrever a verdade sobre todas as coisas. Pensei ser capaz de, diante de um fato, descrevê-lo de maneira que o meu discurso tenha um poder legitimador, e que todos o encarem como uma verdade. Quanta besteira!

Todos nós sabemos que a verdade não existe! Isso não é nenhuma novidade. Mas o que será que estampam diariamente as páginas dos jornais? O que dizem as pessoas que “juram dizer a verdade, nada além de que a verdade” nos tribunais de direito? Ou então, os apaixonados que diante do altar prometem “amar para toda a vida, na saúde ou na doença, na tristeza ou na felicidade”.

Estariam todos mentindo? Acredito que não. Mas então, o que significa a palavra verdade?

Seja no jornalismo ou em qualquer outra atividade do nosso dia-a-dia, sempre somos obrigados a lidar com essa palavra complexa, ambígua e mutante ao mesmo tempo.

A relatividade de seu conceito nos faz concluir que a sua conquista seja algo impossível. Nunca chegaremos à verdade sobre nada. A complexidade dos acontecimentos faz com que um mesmo fato possa ser contado e recontado de diversas formas tornando, assim, impossível a sua reconstrução.

Não estou dizendo que os jornais estão mentindo. Eles apenas apresentam uma visão parcial de mundo. Uma visão completamente ideológica (acredito ser impossível escapar disso na mídia) do que venha a ser um acontecimento.

Poderia enumerar milhares de situações em que a ‘verdade’ está em jogo. Todavia, vou me limitar a somente mais um exemplo. Algo muito mais próximo do cotidiano de todas as pessoas.

No amor, o que é verdade? Algumas situações me fizeram acreditar que, talvez, o amor fosse mentiroso.

Porque prometemos tantas coisas que, às vezes, elas nunca serão cumpridas? Porque diante do altar casais fazem juras de amor eterno, quando na verdade cerca de 5 ou 10 anos depois trocarão juras de ódio eterno.

Diante de tantos exemplos que facilmente encontramos todos os dias, cheguei a conclusão que, na verdade não é que o amor é mentiroso, ou que estamos enfeitiçados por ele ao ponto de fazer promessas que nunca existirão. O amor é relativo.

O homem é ambíguo por natureza. Ao mesmo tempo em que amamos, também odiamos. Nem falar das pessoas que matam em nome do amor. E tudo isso não depende de nós. É algo intrínseco ao ser humano.

O amor não deveria ser encarado como um sentimento. E sim como um estado emocional. Neste momento te quero bem. Daqui a alguns minutos não mais. Talvez te odiarei.

Por este motivo que o amor platônico não existe.

Por enquanto está de bom tamanho. Outrora conversamos mais sobre esse assunto. Abraços.